Reunião de Lula sobre fraudes do INSS termina sem anúncio; governo estuda como ressarcir vítimas

Presidente reuniu ministros e comando do INSS por quase três horas. Na reunião, um dos temas em pauta foi o aperfeiçoamento do sistema do instituto. Após quase três horas de reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ministros, nesta terça-feira (6), o governo não anunciou as próximas ações que serão adotadas para lidar com o escândalo de descontos indevidos em aposentadorias e pensões.
Lula comandou uma reunião com ministros de diferentes áreas e com o novo presidente do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), Gilberto Waller Júnior, para discutir as medidas que o órgão pode colocar em prática para combater eventuais fraudes e ressarcir as vítimas.
🔎Operação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) revelou, na última semana, um esquema de fraudes e desvio de recursos de aposentados e pensionistas do INSS. Prejuízo pode chegar a R$ 6 bilhões, segundo as investigações.
Wolney Queiroz foi nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao lado da ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais)
Reprodução
O presidente fez a reunião antes de embarcar para Moscou. Ele parte na noite desta terça (6) para uma viagem de uma semana, que passará pelo país europeu e pela China.
Segundo fonte que acompanhou a reunião, um dos temas tratados foi o aperfeiçoamento dos sistemas do INSS a fim de evitar novos escândalos.
A expectativa é que o governo faça novos anúncios a partir desta quarta-feira (7).
O governo ainda não definiu como funcionará o plano para devolver o dinheiro descontado de forma irregular de aposentados e pensionistas.
Governo pode ter que recorrer a recursos públicos para cobrir rombo do INSS
O escândalo
Operação realizada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU) revelou que associações que oferecem serviços a aposentados cadastravam pessoas sem autorização, com assinaturas falsas, para descontar mensalidades dos benefícios pagos pelo INSS.
O esquema, conforme a investigação, teve início em 2019, no governo de Jair Bolsonaro (2019-2022), e prosseguiu neste terceiro mandato de Lula. Entre 2019 e 2024, o prejuízo aos aposentados pode chegar a R$ 6,3 bilhões.
A operação apreendeu com os suspeitos diversos itens de valor, entre os quais dinheiro em espécie e carros de luxo, como uma Ferrari, joias, relógios de luxo e obras de arte.
O escândalo fez Lula trocar os comandos do INSS e do Ministério da Previdência. Alvo da operação, Alessandro Stefanutto foi substituído na chefia do órgão por Waller.
Wolney Queiroz foi escolhido para suceder Carlos Lupi, demitido do cargo de ministro. O INSS é vinculado ao Ministério da Previdência.
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